DÚBIO

O escorpião ataca a preza

O homem tem a fome

O pão dia de cada vosso reino visceral

E nossa selva de gulosos trocadilhos

Tenho a hora

Tenho o tempo

Tenho a água na boca

Tenho a fábula

Tenho o dito

Tenho o respeito de minha boa má fama

Não é a minha natureza

É o alimento sobre a não mesa

Meu desejo é por o cardápio

Quero o meu papo cheio

Mastigar e tomar esse assediado deleitar

O homem é o meu desfigurado espelho

No escorpião é que eu me espelho

Agora o muito tranqüilo

Não mato

Nenhum vive

Olfato o sentido nada primário

Veterano para mim ou para o rastejado

Acordado o instinto

Para o ser comum ou para o pensante

Olha o que eu babo, antes, pois

Se bobeado eu sou engolido

Tomo cuidado Por onde eu piso

Leonardo Pergaminho
Enviado por Leonardo Pergaminho em 09/10/2009
Reeditado em 13/07/2010
Código do texto: T1857456