DÚBIO
O escorpião ataca a preza
O homem tem a fome
O pão dia de cada vosso reino visceral
E nossa selva de gulosos trocadilhos
Tenho a hora
Tenho o tempo
Tenho a água na boca
Tenho a fábula
Tenho o dito
Tenho o respeito de minha boa má fama
Não é a minha natureza
É o alimento sobre a não mesa
Meu desejo é por o cardápio
Quero o meu papo cheio
Mastigar e tomar esse assediado deleitar
O homem é o meu desfigurado espelho
No escorpião é que eu me espelho
Agora o muito tranqüilo
Não mato
Nenhum vive
Olfato o sentido nada primário
Veterano para mim ou para o rastejado
Acordado o instinto
Para o ser comum ou para o pensante
Olha o que eu babo, antes, pois
Se bobeado eu sou engolido
Tomo cuidado Por onde eu piso