O Muro da Ilusão

Reduzir ao mínimo, as expectativas,

A zero, os desejos...

Deixar em aberto as alternativas,

Respeitando o plano central do enredo,

Parece-me a mais adequada equação,

Para sobreviver na atual ilusão.

O mundo está todo enrolado,

Vergonhosamente mal acabado,

Perdido em suas contradições,

Em suas armadilhas,

Em suas requintadas prisões,

Em suas solitárias ilhas.

O certo

Não é mais concreto.

O louvável,

Não é mais provável.

Nada está seguro,

À frente de tudo, há um muro.

Todo cuidado é pouco,

Já que o homem está meio louco,

Correndo sem sair do lugar,

Tomando remédio pra dormir e pra acordar.

É triste sua comédia.

Está viciado em tragédia...!

Nada é o que parece.

Tudo muda quando anoitece.

Não há espontaneidade,

No reino da inveja e da falsidade.

O afeto,

Tem como obstáculo, a preservação do teto.

Sacrifica-se tudo,

O bom que há no mundo,

Em nome de uma sobrevida,

Que, absolutamente, não é VIDA.

É um degrau abaixo,

No qual não me encaixo.

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 07/10/2009
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