O Monstro e Meu Mundo Secreto
Sinto um ódio dentro de mim que me queima e devora sem dó ou qualquer misericórdia
Sinto essa raiva descontrolada como um terremoto que se empenha em por tudo ao chão
Tento me conter
Me enjaulo
Procuro manter o monstro dentro de casa... Atrás das grades e correntes
Há dias que parece ser tão fácil
Há anos que parece ser tão difícil
Como uma batalha que ninguém vê, uma guerra oculta, uma luta íntima e interminável
Sinto meu sangue ferver e vejo o mundo vermelho
Odeio os sorrisos, os abraços, a criança, o moço, o velho...
Odeio as festas, as músicas, o novo, o cotidiano, o que já passou...
E me controlo
Me encolho
Me esqueço para assim poder lembrar de mim
E prosseguir com o monstro guardado em meu mundo secreto.