Noite sem brilho... Tal meu Exílio.

NOITE SOMBRIA.

Noite Sombria trás agonia

Guris brincando, nos alegrando

Mulher sorria em harmonia

Jovens se amando, vão se aninhando.

Dias sem brilho, tal meu exílio

Manhãs vazias, sem fantasias

Pedinte clama, por seu auxílio

Radinho mudo, sem sintonia.

Homem do campo planta o seu canto

Doce é aurora, de quem namora

Luar cinzento, de puro pranto

Criança chora me vou embora.

Pardais na fresta fazem seus ninhos

Galo cantando vai me acordando

A fé do pobre move moinhos

Lá na capela o Padre rezando.

Já cai a tarde, o sol vai indo

Passos levando o pó da estrada

Pasto verdinho, gado mugindo

A Mãe correndo, sempre agitada.

Pratos na mesa, comida fria

Faltaram todos, mesa vazia

Chove lá fora, no fim do dia

Marido grita, por sua Maria.

O cão tristonho busca o seu dono

Ao fim da tarde descansa a mente

Criança e velho, no abandono

Só Deus é vida... Eternamente.

A casa velha traz as lembranças

Madrinha Rosa, o algodão fia

Meus olhos negros guardam esperanças

Ao som do Coro da Ave Maria!

Goretti Albuquerque.