O mundo dos solitários
“A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.”
Schopenhauer
Este necessário habito de se relacionar
Arrastando para os pensamentos medo da solidão,
Do futuro, medo da não transmissão do legado para vida,
Das zombações dos demais já amarrados,
Da própria necessidade de carinho. Só afunda-nos na busca
Desesperadora do amor infinito em que a sociedade
Avançada acaba afundando essa única possibilidade de ser feliz.
Realmente a solidão é uma confusão de ideais, de culpas, de medos
A solidão magoa sempre. É verdade que buscar alguém nesta urbanização
Animalizada sexualmente não está nada fácil. A vida é um martírio
Para os amantes do passado de flores e serenata, de cinema e de praças.
Nós, solitários sempre queremos ser o que somos a trinta ou quarenta anos atrás
Para só assim amar e ser amado devidamente como rege as cláusulas do amor
Clássico. O amor sem a ligeira intenção por trás das mentiras e falsidades
Que nos tem presentes. O mundo moderno entupiu as vias de acesso ao
Amor conto de fadas, amor sentenciado ao infinito.
A maior herança de um ser irredutível a solidão é o amor existente as coisas
Belas, mágicas, sábias. São ilustradores de uma verdade assustadora e de uma
Coragem assombrante que permeia idéias loucas. Somos amantes da vida, mas
Por um fio de loucura saímos da vida para entrar na solidão definitiva
Da obscuridade da morte, somos seres humanos até o momento em que
Passamos a ser kamikazes sem lei.