Morte em Vida

Todo relacionamento afetivo quando acaba,

Provoca uma espécie de ressaca,

Que varia de intensidade,

De acordo com a qualidade,

Do que se viveu,

Do que se semeou, do que acolheu.

O tipo de final,

É um dado fundamental

Para definir,

O que virá a seguir,

Variando entre os extremos do bom ou do ruim...

O que define isso é o gosto que fica no fim.

São muito raros, os casos

Em que ambos acabam serenizados.

O mais comum é alguém sair ferido,

Sentindo-se mortalmente traído,

Incomodado, desiludido,

Arrasado, perdido...

Atualmente, os relacionamentos pouco duram,

Das intempéries, abusam.

São rasos, fracos,

Ralos, opacos,

Competitivos,

Consequentemente destrutivos.

É norma, a pessoa que ficou destroçada,

Por um tempo, sentir-se arrasada,

Sem conseguir acreditar em alguém,

Com vontade de ninguém.

Ficar lambendo a ferida,

Reclamando da vida.

Mas, se essa criatura realmente conheceu o Amor,

Abandona cedo ou tarde a amargura.

Recupera-se e volta às águas da doçura.

Resgata o próprio ardor,

Acredita que, na verdade, valeu à pena

Não permite que sua alma se torne pequena.

Entretanto, se o contrariado foi o ego,

Que deixou o cidadão cego,

A ponto de viajar na impossibilidade,

Acreditando que seria capaz de mudá-la em felicidade...

Aí, o gosto amargo,

Tem um preço bem mais caro!

Porque, por tudo se espalha...

Passa por cima do bom senso.

É um infindável mau tempo.

A tudo deturpa e peca.

A afetividade seca.

E a vida encalha!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 25/09/2009
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