Dicotomia
Desconfio da fiança,
Do braço que abraça.
Quando falo em dinheiro,
Meu velho companheiro.
Luto o ano inteiro
Pensando na abastança
E no leite das crianças,
Viro-me ao travesseiro
Desmanchando minhas tranças.
Penso como adulto
E ajo como criança.
Quando caio da balança
Levanto-me sobranceiro.
Luto por herança aguerrida
Tangendo minha espada querida
Com brilho de guerreiro.
Pois, esta vida não me mata.
Até por que vida é vida.
Às vezes boa, outras, doída.
Ora agitada, ora pacata.
Há momentos de descanso,
Outros, de intenso avanço.
Vida firme, vida falha.
Porém, quando está muito difícil,
Vou sonhar mais um pouco,
Pois, “sonhar é viver”.
E, posso até ganhar mais uns trocos.
E, jamais esmaecer
Por quimera bobagem.
Minha conquista
Dá-se pelo amor à coragem.
Pois, medrar é não amar
É entregar-se à tristeza
Longe de terra à vista.
Fé, amor e paz
São a verdadeira conquista,
Do cristão, islamita ou budista,
Afinal somos todos irmãos,
Filhos de Deus, God, Alá
Javé, Jesus, Buda, ou Jeová.
Se Deus é amor,
Amemo-Lo com ardor.
Amar é sublimar a paz!