Cotidiano

Dia-a-dia caminhando

Seguindo e perseguindo planos, metas, sonhos...

Que se esfacelam

Desfazem-se na enxurrada de tudo um pouco do cotidiano

Os dias passam

Semi-planos

Meio-oblíquos

Quase os mesmos

Sem receios

Sem tormentos

Por costumes, apreço

Na mesmice a esmo

Sem ao menos,

No cotidiano,

Pensar em outros termos

Viver com outros tombos

Cair de forma nova

Trocar urbano por palhoça...

Viver, não mais de Samba

Mas de Bossa

Sair de roupa nova

Andar por ruas outras

Cair...

Dançar em outras rodas

Amar mulher e rosa

Sonhar acordado

E viver dormindo

Sangrar o sangue

Pulsando e com gemidos

Olhar o horizonte

Sem pretensões e com sorriso...

Correr sem sentido

Morrer por ter vivido.