VOLTANDO À VELHA CASA - MEMÓRIAS
Por quantas vezes desta casa a porta
Rompi, com a alma sôfrega, dorida,
E encontrei em seu seio guarida
E o consolo materno que conforta.
E julguei mesmo ver a Santa morta,
Numa visão de luz endoidecida.
E ouvi gemidos de uma alma sofrida,
E ouvi blasfêmias de uma alma torta.
Por quantas vezes, trêmulo e ofegante,
Vaguei no escuro feito uma alma errante,
Vertendo uma lágrima em cada canto.
E hoje, na dor de uma recordação,
Volto ao velho lar, piso o velho chão
E encontro-o ainda molhado de pranto...
Vagner Rossi