Dez dias que me afligem em águas mornas

Pausa I

Dez dias que me afligem em águas mornas

À espera de um resultado

E de uma decisão mal resolvida

Tenho pensado

E feito uma conferência

Envolvendo mente, coração, a incerteza e o desejo

O espírito ainda não foi convocado

Mas acompanha de camarote

O que se assucede em meu viver nestes contemporâneos dias

Enquanto isso...

Permaneço flutuando numa aura de transformações

Que sei

Serão impactantes na minha relação familiar

Enquanto isso...

Aguardo a chegada de um novo dia

Para mais um relato-poesia-prosaica

À bîentot, my friends!

Pausa II

Hoje não

Não me sinto tocado a escrever

Mas sim, intimado a discursar

Infelizmente o momento não é propício

Deve-se respeito

O que todo mundo gosta

Pelo menos

É o que muitos pensam

Vem a lembrança

Mas prefiro guardá-la na gaveta do último corredor

Arquivo morto?

Não!

Arquivo insoniado

talvez

Deixo o tempo correr, ou andar, ou engatinhar

Ou cochichar brisas em aromas de hortelã

Bon soir!

Pausa III

Parece que alguém quer me escalpelar

Feito um porco às vésperas de um grande banquete

Foi um babado recebido por telefone

Notícias que se espraiam pelo ar

Pensamentos que voam no infinito in reflexiones

Em busca de respostas

Mesmo que venham de uma bola de cristal

Para saber em que pé estar a bola de neve.

Pausa IV

!

Bem que poderia ficar só nesse ponto

Mais acredito que alguém esteja lendo isso agora

Comecei com vontade de colocar as idéias ao vento

Agora elas fugiram

E eu vou ficando cada vez mais com este ponto a seguir:

?

O que farei?

O que direi?

Como ficarei?

O que acontecerá comigo?

E com os meus?

Penso em coisas boas,

Pois as más já estou cansado de ver

Penso no arco-íris após o temporal

Penso no sorvete de chocolate ao pôr do sol

Penso no beijo que não pude

Mas que pode vir

Penso no cafuné ao dormir

No sorriso sincero e cheio de vida

Penso em coisas boas

Pois as más já estou cansado de sentir

Não tenho do que reclamar, é claro

Mas devo cultivar a felicidade

Todo dia

E todo dia a gente nasce

Pra viver e nascer novamente

Penso na beleza que nem sempre encontro

Mas, ainda assim, admiro sabendo que ela existe

Então, melhor ficar com este ponto a seguir:

!

Pausa V

Ecos de um ser viajante

Avisa um retardo em sua chegada

Ecos de um tempo de aperreios

Avisam que terei muito a trabalhar

Notícias de lá

Não as tenho com frequência

Mas mantenho contato com a flor vital

É bom, às vezes, ficar sem saber de nada

Ou será melhor de tudo?

É bom, às vezes, ficar flutuando

Isolado sem apurrinhações

Não tenho medo da deriva

E gostaria de um dia estar

No mais...

Bon soir, mes amis!

Pausa VI

Ontem e hoje,

Estágio

de um pesadelo que só estar começando

não é pessimismo não

só precaução

Devo estar preparado o suficiente

ainda mais

vem sensações estranhas em meu peito

não sei se de onde

não sei se pra onde

Opa!

O décimo dia se agiganta

mas

paradoxalmente

estou tranqüilo, apesar de apreensivo

olá, que tal?!

Já estou com sono

E você?

Não perca o sono

Não espere tanto

São algumas novas neuroses

em my life

Alors, à bîentot!?

Hasta!

Pausa VII

Tempo de tribulações vem vindo

Atitude de avestruz não me importa

e também não é madura

Viajar pra mais longe do que estou

até pensar, pensei

mas, também

seria imaturo

Sumir,

bem que eu gostaria

Ser sensato

Taí! eu aprovaria.

Na central das cegonhas

inquietidão

Prazos devem ser cumpridos

alguém fez encomendas por aí?

Por incrível que pareça

é algo resolvível

A incerteza em continuar

me atormenta

A certeza em escrever

me pacienta

descarrego, não desabafo

Entulhos pensamentais desembocam

textos sentimentais, irracionais

ou que denunciam meu estado de espírito

predominantemente calmo,

mas um tanto instável dentro do casulo

Pequenos beijos!

Good night!

Pausa VIII

Noites de sono perdidas

Em conversas imaginárias

Dá pra ver suas olheiras, meu senhor

É! Nada de mais

Apenas uma distração mui significativa

Ao fim do dia,

Em companhia da solidão e da saudade

Bate à porta o desânimo em substituição da tristeza

Que tinha hora marcada em outro lugar

Menos mal

Estou exausto

Algumas tarefas caseiras para variar

O óbvio do trivial, que tal?

Programa de índio

Na urbe que não me oferece saídas

A não ser cuidar de meu casulo

Bom, ainda dá tempo de sorrir

Que coisa linda, não?

Um sorriso faz o sol sair de trás das nuvens

Felicidades!

Desejo a todos

E a mim também

Um grande abraço!

Pausa IX

Tomado pelo sono acumulado

Não tive forças para levantar

E escrevinhar

Por isso, agora

Talvez tente justificar

Mas, vejo este ato como um compromisso

Não como a um funcionário que bate o ponto

Mas, como algo que estende o que penso

Ou sinto

E que me faz driblar a solidão

Em busca de um gol de placar

Ou um chorado aos quarenta e seis do segundo

Nada de mais

Só alguns devaneios

Abraços!

Pausa X

O décimo chegou

Até estava preparado

Mas desde ontem

Fui acometido por alguns problemas fisiológicos

Hoje me recuperando

Para amanhã enfrentar o furacão

Notícias da flor vital

Dizem-me que novas atitudes foram tomadas

Preocupação

Sim, por que não!?

Me sentir culpado em acréscimo

Já que me sinto culpado

Há um bom tempo

Espero estar tomando uma boa decisão

E mesmo que não seja boa

Me importo mais

Com a felicidade dos meus

Já que a minha

Me viro a buscá-la ou cultivá-la

À bîentot mes amis!