O CADEADO

Cadê a chave?

Como abrir sem chave?

Cadê? Cadê? Cadê? Cadê?

Cade Ado!

Cade Ado!

Cade Ado!

Como Abrir?

Como Abrir?

Como Abrir?

Como Abrir?

Como Abrir?

Como Abrir?

Lembro-me como se fosse ontem. Peguei uma faca.

Daquelas de corte serrilhado e cabo de madeira escura.

Forcei a fechadura cuidadosamente. O tambor não cedeu.

Mantinha-se hermético. Lacrado. Fui pegar um martelo.

Com o martelo, alcancei novamente a faca. Agora sim!

Golpeei o cabo da faca com força. Mas foi vã a investida!

Outro golpe desferido com mais força: sem resultados.

Raiva! Os movimentos seguintes foram mais violentos,

Uma violência gradativa, com golpes menos ritmados.

Todavia não abria. Deformou-se perante meus golpes,

Entretanto mantinha seu propósito tolo de não ceder.

Nenhum resquício de violação. Nada! Veio o desespero!

Parti para a agressão desmedida com as próprias mãos.

Essa estupidez só serviu para machucar-me até sangrar.

Não consegui abrir. No fundo sabia que não conseguiria.

Porém, continuei planejando frustrar sua integridade,

Quebrar sua muda inacessibilidade, frustrar sua tranca...

...maldita consciência... até hoje inviolável!

LEANDRO DONATO CDX MORAIS
Enviado por LEANDRO DONATO CDX MORAIS em 14/09/2009
Código do texto: T1810823
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