O CADEADO
Cadê a chave?
Como abrir sem chave?
Cadê? Cadê? Cadê? Cadê?
Cade Ado!
Cade Ado!
Cade Ado!
Como Abrir?
Como Abrir?
Como Abrir?
Como Abrir?
Como Abrir?
Como Abrir?
Lembro-me como se fosse ontem. Peguei uma faca.
Daquelas de corte serrilhado e cabo de madeira escura.
Forcei a fechadura cuidadosamente. O tambor não cedeu.
Mantinha-se hermético. Lacrado. Fui pegar um martelo.
Com o martelo, alcancei novamente a faca. Agora sim!
Golpeei o cabo da faca com força. Mas foi vã a investida!
Outro golpe desferido com mais força: sem resultados.
Raiva! Os movimentos seguintes foram mais violentos,
Uma violência gradativa, com golpes menos ritmados.
Todavia não abria. Deformou-se perante meus golpes,
Entretanto mantinha seu propósito tolo de não ceder.
Nenhum resquício de violação. Nada! Veio o desespero!
Parti para a agressão desmedida com as próprias mãos.
Essa estupidez só serviu para machucar-me até sangrar.
Não consegui abrir. No fundo sabia que não conseguiria.
Porém, continuei planejando frustrar sua integridade,
Quebrar sua muda inacessibilidade, frustrar sua tranca...
...maldita consciência... até hoje inviolável!