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O Poeta É Angustiadamente Feliz


 Ser poeta é ser sensível, ser melancólico e ser sozinho, sozinho em suas divagações angustiantes;

Ser poeta é ser mágico, mágico dos truques decifráveis, truques da elucidação do sentir cotidiano, mas, sozinho em suas divagações angustiantes;

Ser poeta é expor em linhas desconexas o pensar de um só, pensar comumente pensado por tantos, mas, expostos apenas por aqueles que tem a missão de expor lamentações, o poeta é sozinho em suas divagações angustiantes;

Ser poeta é escrachar o que é escrachado, é fazer do medo da censura a armadura de suas sustentações poéticas, mas, mesmo assim o poeta é sozinho em suas divagações angustiantes;

Ser poeta é ser dono das palavras ininteligíveis, das lógicas rebuscadas e muito criticadas, por isso assim, o poeta é sozinho em suas divagações angustiantes;

Ser poeta é ser explorador, explorador do inacessível caminho nunca desbravado, é galgar o estado pleno das transcendências por poucos sentidas, mas, sobretudo, é sozinho em suas divagações angustiantes;

E em meio a tantas angústias, e a tantos menosprezos de se ser pensante, o poeta descansa feliz, mesmo sendo angustiadamente poeta, mesmo tendo constantemente as mais variadas divagações angustiantes, o poeta ainda assim se faz angustiadamente feliz...

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 11/09/2009
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T1805220
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