Ao meu silêncio
Perguntei ao meu silêncio
Onde andam minhas palavras
Minhas queixas
Meus gritos
Meus diálogos e solilóquios
Perguntei ao meu silêncio
Onde estavam minhas horas
Meu cigarro sem fumaça
Meu jornal
Minhas noites de sono
E as réstias de silabas resmungadas
E meu silêncio
Nada diz
Além do que se cala em mim
Tudo é barulho
Poluição sonora de movimentos e idéias
Que jogam bombas nas incertezas
De uma vida sem certezas certas de incertezas incertas
Queria ter a mesma calma que meu coração
Que se contenta em cochichar insistentemente em monossílabo
Perguntei ao meu silêncio
Onde está a minha voz
E quando me dei conta
Já era tarde
Ela já havia sido roubadas pelos pensamentos