Ao meu silêncio

Perguntei ao meu silêncio

Onde andam minhas palavras

Minhas queixas

Meus gritos

Meus diálogos e solilóquios

Perguntei ao meu silêncio

Onde estavam minhas horas

Meu cigarro sem fumaça

Meu jornal

Minhas noites de sono

E as réstias de silabas resmungadas

E meu silêncio

Nada diz

Além do que se cala em mim

Tudo é barulho

Poluição sonora de movimentos e idéias

Que jogam bombas nas incertezas

De uma vida sem certezas certas de incertezas incertas

Queria ter a mesma calma que meu coração

Que se contenta em cochichar insistentemente em monossílabo

Perguntei ao meu silêncio

Onde está a minha voz

E quando me dei conta

Já era tarde

Ela já havia sido roubadas pelos pensamentos

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 10/09/2009
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