PORCELANA

E a porcelana delicada do que sou

rodopia-se por sobre estruturas suspensas,

lutando alheia contra o risco de queda.

Ela ignora que uma vez em cacos

haverá de ser restaurada

e esquivar-se-á do compromisso

de ser peça intacta, invicta.

E livrar-se-á da obrigatoriedade

de expor permanentemente

suas formas de soberbas perfeições

esculpidas com soberbas pretensões.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 08/09/2009
Código do texto: T1798373
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.