Terror Noturno

Na noite fria e silenciosa

Mantenho-me acordado.

Minh'alma, triste e pesarosa,

Não deixa o sono levar-me embalado.

O teto fita meus olhos no escuro,

As paredes me perseguem e sufocam.

Sairia, não fosse o frio tão duro;

Lá fora somente as folhas se deslocam.

Não há coragem para acender a luz.

Nenhum bem faz o sinal da cruz.

Na penumbra os pensamentos voam,

Não se fixam e as vozes ecoam...

O desejo de agira diferente,

De fazer valer a pena...

À pena, revelo minha mente,

Revelo o desejo e revejo a cena.

No quarto escuro e sombrio,

Durante o quarto minguante, ou crescente,

Ouço o vento na janela, como assovio,

Repetindo as palavras não ditas, repentinamente.

Não houve coragem pra dizer,

Olhando nos olhos molhados,

Durante a tarde, ou entardecer,

Os sentimentos confusos e desfigurados.

No frio quarto agonizante

Ceifo os frutos do que plantei.

A justiça é irrelevante,

Como a tristeza de saber que não tentei.

Tento tratar meus tensos traumas,

Tento vencer minahs tantas tentações.

Tanto terror têm tantas almas,

Triunfante tenho minhas alucinações.

A insônia é mal normal,

Todos por ela já sofreram.

Mas sofro, não por dormir mal,

Mas pelas falhas que me ocorreram.

Me escapam palavras, aleatoriamente.

Falo verdades, mentiras e lembranças

Como me vêm, sem aviso, à mente.

Na penumbra brincam as memórias, como crianças.

Como o tempo zomba de nós.

Em especial o tempo que nos resta.

Só ele sabe o que vem após

E zomba de nós, com nossa pressa.

E a conclusão para o poema?

Na penumbra não a posso ver.

Torna-se mais um dilema

Entre a penumbra e o amanhecer.

William G. Sampaio [25/6/09]

William G Gardel
Enviado por William G Gardel em 04/09/2009
Reeditado em 04/09/2009
Código do texto: T1792283
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