O MERGULHO

Eu tanto ansiava o poder de entender

as angústias misteriosas do querer;

a vontade por sabor desconhecido,

a saudade por momentos não sabidos...

Que um dia me lancei todo em mergulho

às profundezas do cerne de mim mesmo

e vasculhei, desvendei no breu o entulho

dos desejos que ali pairavam a esmo.

E ao desnudar tais segredos tão intrigantes

eu os tirei daquele habitat recôndito

e os lancei aos limites da consciência.

E então criei um dilema atordoante,

um desespero a doer cruel e indômito,

porque sequei o meu viço, minha essência.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 04/09/2009
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T1791695
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