Sou o Outro
obs: Uma contraposição ao "fim" do sofrimento que Arthur Schopenhauer propõe.
Se me trouxerem a solidão e,
Por poucas palavras,
Disserem-me que lá vive o deleite;
Que lá vive o enfeite
Da vida,
Hei de não pensar e responder:
Sou as pessoas.
Não que não me valham os resquícios de independência;
As sobressaídas comigo;
O doce café amargo da manhã exaurida,
Somente afirmo que não me tenho e,
Ao não poder me ter,
Sofro ao não me entregar
Àqueles que tenho;
Àqueles que quero.
O espaço vazio do peito empedernido
Jamais ofereceu a alegria dialética que “eles” prometem:
Sou os outros;
Vivo nos outros.