Nas mãos do poeta
Nas mãos do poeta nasce a vida,
Nasce o sol, a chuva, o vento.
Também nasce a penha erguida,
Nasce brio, amor, acalento.
Nas mãos do poeta nasce o verso.
Nascem outonos, verões, primaveras.
Nascem guerras, paz, universo,
Fantasias, amores, quimeras.
Nas mãos do poeta tem brilho,
Nasce graça sem jaça e dor.
Também nasce canção, estribillho,
Nasce o ódio, o pranto, o rancor.
Nas mãos do poeta nasce o dia,
Nasce a noite, a constelação.
Nasce muita e muita alegria,
Fascínios e vil depressão.
Nasce alguém indo e vindo,
Nascem os cumes, as metas.
E tudo repousa dormindo,
Nas mágicas mãos do poeta.