Nua

deixaram-me nua

com marcas

de pairagens

das pedras toscas

em fuga

(meu canto é declínio)

é meu

o quê me sobra

de rastros e de poeira

das pedras portuguesas

esquartejadas

por demolições de alma

em arestas ínfimas

íntimas

mas não tantas

esconderijos

de medrosos amanheceres