QUANDO ALMA É ALMA
Agoniza uma mente.
O que absorvo da dor
É tudo que da dor se descreve
A derme nívea não treme
Quando lhe queima um frio
Pois nada de real lhe habita...
Haverá anima ativa?
Se há, então grita, maldita!
Como seca em neve
Este rio efêmero...
Águas de veneno
A percorrer veias recônditas
Quando alma é alma?
Quem saberia identificar?
Para mim é só estranha naca alada
Com asas de pontas cortadas
Preparada a dissimular
Que ela mesma seria perfeita
Em fogo, terra, água e ar
Saberei, de novo, tomá-la?
Quem pede, não cala
Reclamo mesmo que em dúvida
À vida que, sabe-se lá, persiste
Em achar razão para embalá-la
E mesmo que um pouco confusa,
Ela ainda se mostra,
Profusa, composta,
Ou por pura travessura e arte
Ou para, novamente, em seguida,
Levar-se!
Ser largado de si próprio
É tão frustrante e triste...
A realidade do ópio.