Trilha, Ilha!
Em 2003, Denise me disse enfaticamente,
Que eu não preciso de ninguém,
Para ser o alguém
Que preciso ser, decididamente.
A vida tem me provado isso constantemente.
Sempre que tento me iludir,
Que faço questão de dividir,
Acabo na lona, irremediavelmente.
Deve constar em minha história,
Que eu criei um mundo,
Tão escancaradamente profundo,
Tão avesso a qualquer classe de escória,
Que as pessoas fogem espantadas,
Ou desdenham desconfiadas.
Acontece que, por vezes, sinto a necessidade,
De me sentir realmente vivendo em sociedade.
Tento me agrupar e me reconhecer,
Mas só consigo me desapontar e me perder.
Sinto que o túnel se afunila dia a dia,
Só restando um caminho como via:
A subida!
Isso não é uma reclamação.
É uma constatação!
Já havia me acostumado,
Com esse fato consumado,
Até voltar a atuar
E, principalmente, até tentar voltar a cantar...
Espatifei-me no chão
Da minha própria ilusão.
Ainda bem que aprendi que tudo tem uma razão.
Apeguei-me a essa crença, até apaziguar o vulcão,
Que entrou espontaneamente, em erupção,
Enfumaçando parcialmente minha visão.
Mas o que há de ser,
O que tem que ser,
O que só pode ser,
Nada pode deter.
Volto para minha trilha,
Disfarçada de ilha.