Suplício
Madeiros entrelaçados
Como ancas que suplicam
Pela união de corpos suados
Assim amarram-se condenados à morte
Deste mundo moralista e hipócrita
Dessa forma celebramos o desprendimento
Ao invés de prostrarmo-nos de joelhos
Atravessamo-nos por entre gritos
Percorrendo as transposições da escitação
Acasalados e assumidamente selvagens
Percorremos nossos corpos em todos os sentidos
Enquanto aqueles movidos a luzes exteriores
Vivem como estátuas por não saberem usar o coração
A língua da víbora destila seu amargor vaginal
Redenção a qual não passa de representação