OBSCUROS.
Dentro de mim, me encontro
em verdadeiro desencontro,
vejo idéias não idealizadas,
amor cansado de amar,
sem colo para deitar,
dentro de mim, insisto,
resisto, a me econtrar,
meu mundo não é poesia
mas, não vejo, também a verdade,
tem aqui um sentimento restrito
à dignidade do homem,
tem palavras inquestionáveis
questionáveis, tem lá...
aqui dentro de mim, há uma distância
onde não posso me ver,
e se me encontro, entro em conflito,
vejo uma sociedade, imposta por regras
mas, longe da realidade,
Há crimes sem explicação
e chora meu coração,
quando vejo que sou criminosa
por ter omitido o desejo
não ter aceitado o beijo,
não ter transado com o amado
tampouco amado...
dentro de mim, vejo um vagão
que nada carrega, só ilusão, TAMBÉM, SOLIDÃO,
desilusão, nem sei se é coração...
mas, dentro de mim, reside o amor,
aquele sofrido, por vezes bandido,
por outras banido...
dentro de mim, existe uma sociedade
hipóctra, que prende, abtola,
inconsciente, consciente, dolorosa,
e alguém bate esta porta,
e lá dentro, me apavoro,
porque, conheço dentro de mim,
coisas que o mundo pode fazer degenerar
apagar, tornar lembranças, modificar,
assim vejo o real, o irreal,
o prazer em confronto com a dor,
o amor vaidoso, que quer amor,
dentro de mim, você diz conhecer,
desminto:
não conheçes tu, nada de mim,
e eu nada de você...