A viagem
Uma poesia suave e sem rima estridente
Era o que eu queria
Enquanto seguia minha sina rumo à cidade.
À minha frente o que eu via eram prédios brotados do chão
Numa altura sem fim, no exato lugar onde eu não queria chegar.
Olhava para trás, e como quem tinha a felicidade as suas costas,
Eu imaginava a candura da vida do campo que se despedia de mim.
Toda a vida calma tirava-me o chapéu e me perguntava
Por qual razão um homem de bem seguia os rumos da cidade,
Como um filho que abandona a própria mãe.
E no caminho eu vi outros tantos que vinham de encontro a mim
Com os olhares partidos e de cabeça baixa faziam seu caminho de volta.
Olhares soturnos e sonhos tolhidos acenavam adeus.
Eu pensava e a resposta não estava em mim.