Querer.....eu Quis

Por um momento e meio, quis misturar minhas lágrimas ao teu sorriso, quis enfrentar o mundo tomando um cálice de suor e veneno misturados a um só drink.Quis beber a inocência sem vestígios de violência , só por vontade nem ao menos por opressão. Quis invadir o mundo como um extraterrestre, vencer as barreiras do tempo.Quis gritar...e mesmo que ninguém pudesse me ouvir ou que gárgulas tapassem minha boca,queria contar histórias como aquelas que começam com Era uma vez..., e que terminasse quem sabe com um ...E foram felizes para sempre.

Quis saber das horas, mas em nenhum momento quis encarar o relógio, não quis ver as horas amargas passar com um simples e irritante tic-tac, não eu não quis.

Não quis mergulhar no abismo de olhos fechados, pois sabia que se eu pulasse com certeza iria me perder.Procurar não adianta, pois eu não quis me achar.Quis cavar a terra com as mãos para fugir desse querer sem sentido, quis encontrar um tesouro que jamais encontrei e que já nem sei se existiu, com as mãos inchadas de cansaço quis cumprimentar outras mãos, que não foram estendidas para não sujar.Quis ver a chuva, caminhar por ela, mas nenhuma gota d`água quis me tocar.Quis chorar ao ver o filme Titanic, quis me impressionar ao ver cidade de Deus, mas tudo foi tão real que desapareceram as impressões como mágica qualquer tipo Harry Potter, ou Senhor dos anéis.

Eu quis ser outra pessoa, quis ter dupla personalidade sem que nenhuma delas soubesse quem é a outra, o que fez e o porque?

Incógnita eu apenas quis, ás vezes sem querer realmente, mas eu quis.

Quis confundir minha imagem no espelho, ilusão de ótica, quis localizar minha experiência passada, as varias personalidades, das varias vidas anteriores que tive, quis saber distinguir o sofrimento inócuo daquele inevitável pelas condições atuais, quis saber das palavras, por onde andaram, o que escreveram, palavras conhecidas e desconhecidas que só um dicionário sem palavras seria capaz de desvenda-las e de fornecer um vocabulário para a frase que no avesso não tem mais sentido.Então tive que procurar a calma, deitar e dormir.Quis acordar perante o sono, e sem pedir licença invadi o sonho e me tornei assim refém do pesadelo, e sem pena de mim lavei o rosto com sangue da artéria que transborda a miséria que pede um pão, que sofre calado a fome, e no prato vazio surge mais um desafio: ”Terás que encarar tua própria imagem refletida nas águas cristalinas”.

Então sem que pudesse respirar, quis arrastar, como arrastasse Narciso, que no mundo dos Deuses, sabe que sou eu, e a que vim.

Quis descrever meu caráter, transformar em letras, algo que nem o que sentia conseguiu desvendar parei de escrever, parei de falar, parei de sonhar, sem emprego, sem amor, começo a me iludir, começo a me odiar, e nem no fundo de mim ficou uma admiração própria.

Quis varias coisas, mas nunca pude realizar os meus verdadeiros sonhos...é engraçado pois acabo de ouvir o som da lapiseira no papel e isso não tem nada haver com o que estou sentindo nesse exato momento, uma agonia que sufoca, um grito que me entope a garganta, uma lágrima que não alcança os olhos, e paro por aqui mas continuo a pensar na vida que não sei onde vai dar pois não sei se ainda tenho futuro ou se já estou morto. Amem

Chega de Melancolia, porque abelha não gosta!

Eder Marçal
Enviado por Eder Marçal em 13/08/2009
Reeditado em 13/08/2016
Código do texto: T1751227
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