INTERROGAÇÕES
Sou um emaranhado de interrogações
Desprezo as certezas bem elaboradas
Eu, oposto do previsível, com intenções.
Minhas cartas não ponho na mesa reta
Não há cartomante que me decifre...
Só minh’alma poética parece descoberta.
Exibo garras de águia com sagacidade...
Em coloridas penas de pavão abro leques
Saboreio olhares curiosos com voracidade.
Sou rainha senhora de mim, dona do tempo
Em mãos de seda teço paixões avassaladoras
Envaidecida meu eu embutido contemplo...
Sou tecido com linha de mistérios costurado
Ondas do mar lambendo o chão com malícia
Brisa suave arrastando um fato consumado.