INTERROGAÇÕES

Sou um emaranhado de interrogações

Desprezo as certezas bem elaboradas

Eu, oposto do previsível, com intenções.

Minhas cartas não ponho na mesa reta

Não há cartomante que me decifre...

Só minh’alma poética parece descoberta.

Exibo garras de águia com sagacidade...

Em coloridas penas de pavão abro leques

Saboreio olhares curiosos com voracidade.

Sou rainha senhora de mim, dona do tempo

Em mãos de seda teço paixões avassaladoras

Envaidecida meu eu embutido contemplo...

Sou tecido com linha de mistérios costurado

Ondas do mar lambendo o chão com malícia

Brisa suave arrastando um fato consumado.

Fátima Feitosa
Enviado por Fátima Feitosa em 11/08/2009
Reeditado em 14/08/2009
Código do texto: T1749217
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