LIVRO ABERTO

Não sei quantas paginas foram viradas

Sobre a mesa de minha memória.

Quantas vezes eu as dobrei,

Para não esquecer onde parei!

São as páginas em branco

As que eu mais aprecio...

Há sempre um texto

Num espaço vazio!

Quiçá um conteúdo sem cor,

Sem versos, sem prosa...

Mas eu sou autor, sou ateu...

Nem Sócrates nem Galileu,

Deus e Zeus compõem minha história!

Quantas vezes hesitei escrever,

Páginas que antes eu li...

Muitas linhas se apagaram e eu não vi!

Nem sempre entendi o que escrevi,

Nem sempre vivi o que entendi,

Mas sempre abri o livro antes de dormi!

Ivone Alves SOL