MORTE
Do que vale os anos dedicados ao trabalho em prol do dinheiro que vai comprar um monte de coisa que você vai deixar para os seus filhos brigar na leitura do testamento?
Que sentido faz amar as coisas, usar as pessoas, se são as pessoas que vão chorar sua morte e não as coisas?
Não há sentido nas brigas por bens se quem te faz sorrir ou chorar são as pessoas com quem você convive.
Você sai de casa e não sabe se volta. Talvez quem te espera jamais terá um retorno. Nunca vai ver você voltar pela porta que se dispediu.
Chega ser uma piada: a morte.
Chega a ser comico esse momento.
Nada mais se pode ouvir. Todas as frases que você não disse não vai mais dizer. Todas os projetos engavetados não vai mais se concretizar. Só resta um silêncio numa imensa caixa de madeira, a solidão perde espaço somente para os vermes que lentamente vão consumir.
É a vida é bela demais para dar espaços para as coisas. Curta demais para disperdiçar sorrisos, momentos com amigos, paixão e afeto.
Nada resta na sua morte, a não ser a saudade e adimiração que você recebe daqueles que você ensinou a te amar.