Um Solo, Um Colo

Eu acredito na energia do solo

Gosto de me sentir em seu colo

Sob sua proteção

Desfrutando de sua ilimitada inspiração

Sinto-me bem nessa cidade

Ela me faz esquecer a cronologia da idade

Talvez, porque aqui eu já tenha morrido

Sinto-me como um menino

Aprendendo tudo de novo

Sonhando os mesmíssimos sonhos, de novo

Só que, agora, com mais bagagem

No sentido explícito de aprendizagem

Tudo que aprendi na busca espiritual

Pude colocar em prática de forma literal

Pude por à prova todas as crenças

Conheci possibilidades inéditas e intensas

Os meus limites são constantemente testados

Para não ficarem estagnados

É sempre possível ir mais longe

Até para permanecer mais perto da fonte...

O caminho espiralado

Mantém-me permanentemente inspirado

Desejando voar sempre mais alto

Pronto para o salto

Que vem vindo

Que já está me intuindo

Hoje, encurtei os longos discursos

Presto mais atenção no curso

Sei que é ele que conta

Sigo, ainda que, às vezes, um pouco contrariado

Tudo que a vida me aponta

Algumas prioridades foram relegadas

Outras foram reposicionadas

Tenho preciosos amigos

Permanentemente, posso contar comigo

Instituí a importância do respeito

Assimilei, que tudo tem jeito

Passei por péssimos bocados

E de todos, saí ampliado

Estou vencendo os últimos vestígios da insegurança

Aferindo minuciosamente a balança

Tenho um único e último foco

No qual mergulharei definitivamente logo, logo

Todas as mudanças que, em mim, ocorreram

Da forma que ocorreram

Só seriam possíveis diante desse mar

E sua beleza espetacular

Sob os auspícios dessa serra, desse chão

Privilegiado pela imensidão

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 30/07/2009
Código do texto: T1726959