Amanhecendo
Está amanhecendo...
Careço de sono, mas não sei ao certo
se é por teimosia ou falta de opção.
Da cama, sinto não querer estar perto.
Os olhos pesam e eu fixo a visão.
Ouvidos distraídos entre os acordes,
no hábito freqüente da criação.
A conveniência da “insônia” volta forte.
Pareço evitar alguma solução.
A cada letra uma demonstração
de que nada sei sobre o que sei.
Passo a vida vendo a demolição
do passado recente que deixei.
Menos um minuto de respiração.
A rima básica me faz cair no tédio.
Mais uma célula caindo de exaustão.
A noite desperdiçada não tem remédio.