Um conselho

Se viver é uma incógnita

E a morte é certa como uma cláusula de termo

No contrato da existência

Preciso é viver de forma insólita

Sem um aí de penitência

Se viver não é certo

Desvende teu desejo

Deleite aquele beijo

De tua amada tão concreta

Se a vida é uma estrada

E nela a morte também passa

É preciso olhar com mais cuidado

Sobre o desejo e a velocidade

Assim deveras necessário

A boa prudência

A casa pequena

O violão ao pé de si

O amor verdadeiro

Sorver a candura da infância do teu filho

Não deixar de beijar a face de tua mulher

Destarte, quando pela estrada morte te cumprimentar

Cobrando o que de fato lhe é devido

Olharás para trás e verás

O quanto valeu a pena