Noite e dia
De noite sonho com galáxias distantes
De dia acordo com a molécula da terra
De noite busco meu cobertor na escuridão do céu
De dia encontro a aridez desértica de minha alma
De noite adormeço nos anéis de Saturno
De dia vagueio por lembranças pantaneiras
De noite conto as estrelas para espantar a solidão
De dia conto as horas que me separam da minha caverna
De noite evito escorregar sem volta para dentro do buraco negro
De dia procuro o olho do furacão para dar sentido para a vida
De noite a Lua me observa sem julgamentos
De dia o Sol me revela impiedosamente
De noite me perco na selva escura de meus pensamentos
De dia me acho na caatinga falando ao vento
De noite sou um anônimo cometa sem nome
De dia sou um carcará com sede e fome
De noite sou rochedo inundado por furiosas ondas
De dia sou maré recuando para o fundo do oceano
De noite me eternizo feito vulcão aparentemente extinto
De dia morro aos poucos feito geleira desprotegida
De noite preparo o dia, como o relâmpago antecede o trovão
De dia anseio pela noite, como o acauã e o mandacaru anunciam a chuva no sertão
Noite e dia, espelhos refletores
de sentimentos que são satélites
girando em torno de um eclipse permanente.
De noite sonho com galáxias distantes
De dia acordo com a molécula da terra
De noite busco meu cobertor na escuridão do céu
De dia encontro a aridez desértica de minha alma
De noite adormeço nos anéis de Saturno
De dia vagueio por lembranças pantaneiras
De noite conto as estrelas para espantar a solidão
De dia conto as horas que me separam da minha caverna
De noite evito escorregar sem volta para dentro do buraco negro
De dia procuro o olho do furacão para dar sentido para a vida
De noite a Lua me observa sem julgamentos
De dia o Sol me revela impiedosamente
De noite me perco na selva escura de meus pensamentos
De dia me acho na caatinga falando ao vento
De noite sou um anônimo cometa sem nome
De dia sou um carcará com sede e fome
De noite sou rochedo inundado por furiosas ondas
De dia sou maré recuando para o fundo do oceano
De noite me eternizo feito vulcão aparentemente extinto
De dia morro aos poucos feito geleira desprotegida
De noite preparo o dia, como o relâmpago antecede o trovão
De dia anseio pela noite, como o acauã e o mandacaru anunciam a chuva no sertão
Noite e dia, espelhos refletores
de sentimentos que são satélites
girando em torno de um eclipse permanente.