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Está acabando

Sinto que o suplício está passando

Vejo luz adiante

Parece-me, que não muito distante

Agora preciso ficar quieto

De boca fechada

Enquanto tudo isso passa

Até porque nada está comprovadamente certo

É de dentro que vem a impressão

Do término da danação

Dessa vez, a vida pegou pesado

Fiquei completamente deslocado

Com um gosto amargo na boca

Com a cabeça completamente louca

O ego esperneando, gritando

Para outra e oposta direção apontando

Confesso que me faltou energia

Para enfrentar a situação

Sem tropeçar na melancolia

Causada pela inconformada frustração

De ter que me afastar do trabalho mais que amado

Para, da noite para o dia, voltar a ser empregado

Com tudo de ruim que essa palavra implica

E que minha mente, pra piorar, complica

Acontece que eu gosto mesmo da bambuterapia

Domino o assunto, estudei muito, intuí mais ainda...

Sinto um prazer, uma alegria infinita

Em poder ajudar

A simplesmente, relaxar ...

No entanto a crise desnorteou-me da estrada

Obrigou-me a uma virada

Que mais parece um torturante retrocesso

Que passa longe do significado da palavra sucesso

Por extrema necessidade

Recorro à arte para me reencontrar com a tranquilidade

O teatro e, principalmente, a música hão de me devolver

Ao estado de crescer ...

Até porque não vejo outra saída

Para alinhar minha vida

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 24/07/2009
Código do texto: T1716358