D E V A N E I O
Nesta noite de céu
Demarcado em turbinas
Eu caminho a esmo
Procurando a mim mesmo
Passo a passo calado
Sem saber onde ir
Só uma ausência devassa
Resolveu me seguir
É ausência de tudo
O que eu gosto de ser
Nem sequer um poema
Eu consigo escrever
Até frases que penso
Têm cores desbotadas
Proferidas se fossem
Levariam a nada
Num imenso véu branco
De uma núvem nervosa
A lua é noiva que passa
E atira uma rosa
Meio desajeitado dêsse jeito que estou
Tão ausente,distante daquêle que sou
Fecho a minha janela
A viagem acabou