segunda parte
três anos de mar...
vejo-o,
um ponto.
num ponto longínquo desse mar.
cansado de boiar me preparo
um nado voraz e direto!
até o ponto de terra
até o que me aterra
até o que me liga
e me completa
meu Ponto
minha direção
está lá o que quero?
estará lá o que anseio?
será que posso lá substituir o medo
por um pouco de sabor sem receio?
será que lá posso construir
sem destruir o aconchego?
ser-me da ponta do nariz
até o que me diz?
será o sábio
ou movediço?
ser mais do que gostaria de ser
e menos do que dizem
que é o bom de ser.
pois ser quem sou é o bom
e o que sou bom
é ser quem eu quero ser.