que não me falte palavras nem tão pouco paixões

Murmuram as flores

Em meu jardim florido

Pois não estás aqui

Elas te chamam

Elas reclamam

Pois sabem que não vais voltar

Vou adiante nesta jornada

Sobrevivendo as ciladas

Encarando as tristezas

Construindo fortalezas

E mesmo nesta solidão

Percebo amo com mais paixão

As horas passam

E são como a eternidade

Neste descompasso profundo

Aflora nas palavras a minha sensibilidade

Respiro fundo e vou usar minha habilidade

Escrevo para não perder o hábito

Choro pois as lágrimas não cessam

E o coração coitado!

Vive em retrocesso diário

Mas não me dou por cansado

Sou como o rio

Por mas temor que tenho

E por tão longo o trajeto

Derrubo pedras, movo a areia

E vou de encontro o mar, viro oceano

Na ciranda da vida

Bambeio entre te amar e amar

círculo vicioso do amor

Ponho-me a versejar

E a vida festejar

Rezo para que não me falta as palavras

Nem tão pouco paixões e emoções

O que seria de mim nesta vida

Sem poetisar

Deus queira que as palavras não acabem

E que não termine o expressar

Mas se terminarem as palavras ponho-me então a inventar

Inventarei outro abecedário

Predicado e adjetivos para dar

Com exatidão definirei o mundo

E outras belezas ei de encontrar

És sábio quem acredita que há infinito

Pois o fim é o ponto de partida para o começo

E nada definitivo está

Basta que haja vontade

Uma dose excessiva de coragem

Para redefinir a realidade

Ora estamos por cima

Outrora por baixo há de estar

Mas quem se importa com as posições

O que importa é desfrutar das emoções

Viajar na fantasia

viver com alegria

Compor canções

Ceder as paixões

Superar as frustrações

Cair e levantar

Ser pássaro, abrir as asas e voar

Escolhendo novas rotas

Aprendendo com as derrotas

Refazendo a história

Conquistando novas glórias

Vou buscando outros horizontes

Não sei bem pra onde

Mas não importa!

Eu sei que vou encontrar

Encontrarei o que me falta

O que preencherá a minha alma

E sempre manterei a calma

Sei que pelos caminhos que eu buscar

Não me faltarão lágrimas no olhar

Mas há de não me faltar os sorrisos

E um coração disposto a amar

E quando a idade chegar

e o ânimo me faltar

Terei orgulho da vida que vivi

E muita coisa pra contar

Vou rir de minhas paródias

Relembrar minhas vitórias

E quando o anjo da morte se aproximar

Abrirei um sorriso e lhe estenderei a mão

E lhe direi: Vamos viajar!!!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 15/07/2009
Reeditado em 18/07/2009
Código do texto: T1700182
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