Encantos da Vida

Vida, como tu me encantas,

És surpreendente e bela.

Por vezes na desesperança me amarras,

E n'outra me arrancas dela.

Teu caminho é sinuoso,

Me intrigas a cada dia mais;

Seja me dando acalento bondoso

Ou então tirando-me a paz.

Se me cobres com véu sombrio,

Sei que adiante me mostrarás a luz;

Porém não consigo me furtar ao vazio

Que o medo voraz do desconhecido conduz.

Por vezes me impões terríveis entraves,

Somente eu conheço a íntima aflição.

Mas eu continuo a navegar em teus mares,

Apesar da singela e rústica embarcação.

Peço forças ao Desconhecido,

Mesmo sem o dom da religiosidade,

Para que meu choque seja sempre amortecido

E para que possa ser feliz de verdade.

És minha companheira infiel,

Sei que um dia te perderei;

E quando chegará meu dia de réu?

Quando o ar me faltar logo saberei.

FernandoNogueira
Enviado por FernandoNogueira em 14/07/2009
Reeditado em 14/07/2009
Código do texto: T1698268
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