ALCOVA HUM

Ainda sou o que consigo ser...

Percorro meu caminho desde o início

e ainda sinto a reação química,

a homogeneização,

que acontece dentro do meu coração.

Ainda caminho sem eira nem beira

desde a minha primeira comunhão.

Sou a república e o povo de um Brasil

que mantém a linha, o nome, o espírito

e a religião.

Ainda desacato a rima e a realidade presente

e

não aceito passivamente os valores estabelecidos.

Questiono a essência dos fatos

vejo os fantasmas que nos rodeiam

caminho de bem com a vida

e aos que me seguem

e me presenteiam:

_ eu ainda digo que há vida onde tem ação!

Ainda possuo um grave defeito

de extravasar meu sentimentos incontidos.

Ainda grito pelos cantos

e pelos esgotos entupidos,

da minha cidade.

Minha mãe ainda será sempre santa

amada

santíssima

pura.

Sou filho também dessa mãe gentil,

sou pátria amada

idolatrada do Brasil.

Aos vinte anos

não morri de câncer

e aos trinta e treis

(sei que morreu Jesus Cristo)

mas sobrevivi outra vez...

(beijos à cigana que me lera as mãos aos quinze)

Inconientemente

tornei-me mais humano

do que nunca.

Sigo minha vida

remando o barco

lentamente,

imune, sadio

e feliz.

AVIENLYW - (9/1/2002 )