Quando se mora longe dos grandes centros,
Altera-se a relação com a terra, por dentro...
Desenvolve-se uma comunicabilidade,
Que desperta um tipo específico de sensibilidade,
Próxima à dos índios, independente de suas crenças.
Uma intuição que guia o final da sentença.
O tempo, o solo, o mar, a temperatura,
Alteram o contato com a altura.
Impactam muito mais forte que na cidade.
Impõem sua imprevisibilidade,
Sem estação de tratamento intermediária.
Sente-se internamente,
Profunda e ininterruptamente,
As alterações planetárias.
Todo o movimento de seu grande corpo,
Reflete-se, discretamente, no rosto:
Tanto no desgosto,
Quanto no gozo!!!

O contato mais íntimo com a terra,
Com os segredos inaudíveis da serra,
Parece que redireciona o foco,
Com seu insubstituível colo.
A mente se expande,
Em direção ao que até agora estava ao fundo...
Com uma fome voraz, abrange!
Interessa-se muito mais pelo oculto,
Pelo primeiro e verdadeiro sentido,
O fato incontestável e autoexplicativo...
Aquele estado de consciência,
Que pede ao ego, paciência!
Que se afaste!
Que se arraste,
Com sua inútil represa,
-Compota de frágeis certezas -!
A razão se agacha
E tudo se encaixa.

Simples assim,
Não existe fim,
Apenas, transformação!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 12/07/2009
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T1695192