Poeta

Que ofício penoso esse de amoldar o amorfo

Como se possível caber em letra tantos sentimentos

Escrever é trançar as palavras avoadas

Numa única seqüência, tradução dos pensamentos

Consigo mesmo conversar,

Na maioria das vezes, confundido como insano

Mas que seja loucura então

Esse hábito manso, inconstante, e cigano

Poetar até as trevas da vida,

Os absurdos no íntimo do ser vivente,

Dores e/ou amores, sonhos a fazer

Ver o belo mesmo com a fé perdida

Até no silêncio ser sorridente

Assim é a sina de quem poeta quer ser