Ela vem...
Era a mesma música, na noite silente...
Era a mesma voz que eu ouvi em pequenina...
Era a mesma sensação do abraço quente
Que me segurava quando era menina...
Era a mesma voz meiga que me ensinou a orar,
Era um canto suave, como um grande luar...
Era o mesmo perfume a me embriagar,
Era a mesma voz que me ensinou cantar...
E, no entanto... Aqui estou, nesta triste ladainha,
Com apertado coração dorido no meu peito
Sentindo uma saudade que tanto me espezinha...
Entendi: és tu que vens quando eu estou sozinha!
Embora eu não te veja; mas é o teu mesmo jeito...
- Confortas-me com tua presença, ó Mamãezinha...
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Nota: inspirado após ler um poema de Mário Quintana, dedicado à sua mãe.