Alguém e o Poeta.
Alguém e o Poeta.
Era uma vez um poeta,
um poeta sem voz,
um poeta sem cor,
um poeta sem dor,
um poeta sem ver,
um poeta sem som,
um poeta sem poesia.
Um poeta parado,
as margens do inexistente,
esperando ser resgatado,
pela sua tristeza.
O que o poeta não sabe,
é que ele sabe tudo,
porém nada faz.
Nada fez,
nada fará.
Ninguém espera nada dele,
ele não espera de ninguém.
Ele não quer nada,
ele tem tudo.
O poeta vive,
sem saber viver,
o poeta não sabe falar.
Eis que surge alguém,
alguém com voz,
alguém com cor,
alguém com dor,
alguém com ver,
alguém com som,
alguém com poesia.
Alguém não enxerga o poeta.
(Rafael de Toledo - 27/10/08)