MONÓLOGO DE UM POETA

O que há nos olhos do poeta

Que ver tanto e não se enxerga

Ou será que se enxerga tanto

Que prefere não ver o que observa

Que ar circula nesse peito

Que envolto a uma teia de defeitos

É livre em versos tão perfeitos

Com qual dedo ri de amor

Enquanto o outro descreve a dor

Que o próprio amor causou

Quantas almas tem o poeta

Como se conciliam os seus eus

Em seus castelos de príncipes

Oriundos de plebeus

Ivone Alves SOL

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MAL NECESSÁRIO

(Ney Mato Grosso)

Sou um homem, sou um bicho, sou uma mulher

Sou a mesa e as cadeiras deste cabaré

Sou o seu amor profundo, sou o seu lugar no mundo

Sou a febre que lhe queima mas você não deixa

Sou a sua voz que grita mas você não aceita

O ouvido que lhe escuta quando as vozes se ocultam

Nos bares, nas camas, nos lares, na lama.

Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo

O que sempre esteve vivo, mas nem sempre atento

O que nunca lhe fez falta, o que lhe atormenta e mata

Sou o certo, sou o errado, sou o que divide

O que não tem duas partes, na verdade existe

Oferece a outra face, mas não esquece o que lhe fazem

Nos bares, na lama, nos lares, na cama.

Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo

O que sempre esteve vivo

Sou o certo, sou o errado, sou o que divide

O que não tem duas partes, na verdade existe

Mas não esquece o que lhe fazem

Nos bares, na lama, nos lares, na lama

Na lama, na cama, na cama

Música que adoro, sugerida pelo Maurício (maumau)

Te amo, amor