Um Pouco Atrasado

Demorei muito por demais, para reconhecer alguns de meus defeitos

Características não muito saudáveis, que eu acreditava fazerem parte

Da minha tão caprichosa, quanto complicada personalidade

Eu também usava o bordão: "eu sou assim"

E me acomodava confortavelmente atrás desse conceito

Pena eu ter derrubado essa bobagem tão tarde

Com certeza teria evitado algumas penalidades

Fruto dessa falha grave em mim

A essa altura da minha enlouquecedora vida

Fica um pouco mais difícil trocar de pista

Condicionadamente, o ego reage como no passado

Bate o pé, reclama, fica magoado, feito menino mimado

Quando percebo, já aconteceu

O mesmo antigo engano, novamente se deu

Apesar de toda a vasta experiência

E da vigilância constante sobre a consciência

A solução é respirar bem fundo

Apostar no mais íntimo

Para suplantar o mais ínfimo

Faxinar a mente no sentido mais profundo

Para exorcizar os sentimentos escuros

E desmanchar pedra a pedra esse muro

Elaborado pela insegurança e a ansiedade

Pela total inadequação à atualidade

Isso parece mais simples do que realmente é

E também, bem mais complicado do que realmente o é

O mais importante

É manter uma atenção constante

Sobre os próprios encadeamentos

Sobre os internos argumentos

Que estão sempre certos

E que nos querem cada vez mais despertos

Trilhar a estrada que está a nossa frente

É algo que precisa ser realizado tranquilamente

Para que sejam aproveitados, todos os ensinamentos

Para que a essência, não caia em esquecimento

Para que a visão se expanda impunemente

E para que a vida seja saboreada meticulosamente

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 03/07/2009
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