JANELA
Da janela vejo o dia vejo a noite
A cada manhã
Nova vida, novos amores
Da janela ouço sons das vozes alteradas
De uma vida apressada
Da janela entra o ar
Que vem a minha vida resfriar
E os meus pensamentos fazer voar
Da janela para cá
Da janela para lá
Há muitos caminhos a trilhar
Com um brilho estatiante
Sempre está a me olhar
Tentando me invejar
Por só vê-la do lado de cá
A distância me separa
O coração me prende
Mas o pensamento viaja
Para um lugar distante
Manhãs perfumadas
Sons tranquilizantes
De uma vida desconhecida
Me chamando para ser amante
Estradas não trilhadas
Por quem não aprendeu a andar
Que sempre esteve pressa do lado de cá
A janela continua no mesmo lugar
Me mostrando sempre que é possível ultrapassar
Mas fico eu apenas a contemplar
O céu que existe lá
A incerteza do viver
Me impede de conhecer
Quem estará a me esperar?
Quem me ensinará a olhar a janela com outro olhar?
Romper a distância
Superar o medo
Desfazer as dúvidas
Arriscar...
A cada manhã...
Nova vida, novos amores
Onde da janela vejo o dia vejo a noite...
Fernanda Alves