As Dúvidas do Ser
 
Haveria importância no impulsivo questionar,
ou seriam meras hipóteses idealizadas?
Caminha-se por vezes sem direção exata,
anda-se supostamente perdido,
mas ainda assim vai se formando uma trilha.
Ora se veste de corpo concreto,
ora parece ser etéreo e divagar,
ter leveza que vai além dos sentidos,
um fluir como que imperceptível brisa,
Ri-se na emoção que toma conta, 
é impulso que emana da alma
e o espírito parece ganhar asas,
brinca como que pluma no ondular do vento.
O coração se faz chama que aquece
a as correntes frias da razão
no espaço interno da mente.
O servo da lógica tenta encontrar
uma solução definitiva
que se oculta no que transcende.
E se conseguir, não seria mera ilusão?
Como não saber ser mera imaginação?
No questionar, a dúvida questiona
o próprio questionamento.
Mais fácil é se entregar aos
arquétipos de tudo e nada,
perturba-lhe o cheio e o vazio.
Contradições intransponíveis.
Ou haveria uma sutil ponte
de ligação entre opostos?
Seriam em verdade opostos?
Ou meras partes integrantes
de um único todo?
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 28/06/2009
Reeditado em 01/03/2015
Código do texto: T1671891
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.