CONFIDÊNCIAS II
Mirando ao longo da visão que me proporciona a janela de minha sala, vejo os montes que circundam minha Vila... Na primavera, o velho pé de Ipê veste-se amarelo, o ouro em contraste com o verde pasto e o azul do céu... A exuberante beleza, ora oculta, espera pacientemente o tempo de desabrochar. Este é o exato limite dos meus horizontes agora, nesse instante.
Sei bem de quanto tudo pode ser relativo à forma como se olha para esta vida. Há coisas no entano, quero acreditar, não mudam...
A essência de alguém tão belo, tão único, singular, por maiores que sejam as vicissitudes e as peças que nos preguem o destino, não posso admitir sofrer mudanças tão radical a ponto de tornar-se outro ser.
Minhas palavras hoje talvez nao demonstrem esse encanto que me referi acima. É que estou tomada de um vazio imensurável na minha alma... Talvez por isso meus olhos não conseguem ver para além da visão desses montes que se erguem aqui, à frente a minha janela...!!!