A Lenda dos Pássaros Feridos...*
Ela...
Ela era feiticeira
E prisioneiro
Ela o fez...
Ela era linda
Mas tinha olhos duros
E a alma não era serena...
Ele era bom,
Coração puro...
Tentou amá-la...
Mas ela o fez sofrer
Porque ele não
Conseguiu...
Com sua magia
Tirou-lhe a Paz
E a vontade de se libertar...
O tempo passou...
Tempo que, para ele,
Muito durou.
Para ela
O tempo é Nada
Pois muitas vidas
Têm seu andar...
Ele é mortal.
Ela, imortal.
Então um dia
O canto de um pássaro
O despertou
Da letargia...
O belo canto
Só alguns minutos
Durou.
Mas ele acordou.
Procurou o pássaro em seu jardim
Mas a única ave que viu
Estava empalada
Em um grande espinheiro.
Lembrou-se então
De uma lenda antiga:
“Pássaros Feridos”
Onde o pássaro quando
Torna-se adulto
E quer cantar,
Canta uma única vez...
Mas para que seu canto
Quebre todos os maus encantos
E seja belo,
O pássaro escolhe
O maior espinheiro
E nele finca o peito
Cantando a mais bela
E única canção:
A canção de sua dor...
Então, Deus no céu,
Pára tudo
E envia um Anjo à Terra
Para recolher a alma e o canto
Do pássaro cantor...
Ele lembrou a Lenda Antiga
E chorou...
Mas a Feiticeira
Outra vez o amarrou
Com o seu feitiço.
Nunca mais ele chorou.
Nem acordou...
Nem se libertou...
......................................................
Nota da Autora: Este poema é inspirado no Prólogo do Romance “Pássaros Feridos” de Collen McCullough. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos é mera coincidência.