TEIMOSIA

Enquanto eu envelheço, eu somo perdas,

reúno expectativas vãs e esquerdas.

Com dias que se vão, vertiginosos,

sepulto sonhos meus, os mais grandiosos.

As experiências são, sim, adquiridas;

mas falta força pra serem sorvidas.

A liberdade dos atos saudáveis,

os ossos frágeis tornam inviáveis.

No espelho, lamento os cabelos brancos

e examino os passos vesgos e mancos.

Feições rendidas ao peso da lida!

Mas a batalha não está perdida!

Eu vou suportar as perdas nos flancos,

teimando, abraçado aos galhos da vida.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 23/06/2009
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T1662742
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