À inconsciência

Sei que te criei

Que te alimento

Que a toda hora te cerceio

Que te afugento com meus receios

Que não te forneço os meios

Sei o quanto te inibo

Que te tolho para me eximir

Que te abandono

Esqueço de ti

Logo tu, que estás comigo sempre

E que tudo indicava me seres inerente

Destarte, te ignoro como a um indigente

Que é preciso outrem para te trazer à brisa

Dadas as minhas preferências que não te prioriza

Que tua reação é mais do que compreensível

Para que eu me dê conta de tua existência

Para que eu reconheça que tu és parda eminência

A livre coerência da minha inconsciência.